E se o Big Brother fosse um filme?

O Big Brother Brasil é coisa para vouyer que não tem o que fazer. Mesmo tendo o que fazer, eu costumo adorar. Essa última edição, eu assisti até certo momento. Depois quando as coisas de Boninho e sua trupe ficaram mais evidentes do que o comum, desliguei. Só religuei na final, para ver o desfecho. É mais ou menos assim com um filme ruim: se está chato, você dorme e acorda no final só para saber como acaba e pronto. Sai da sala sem a mínima expectativa de que sua vida irá melhorar.

O BBB8 foi um grande filme. Não diria nem seriado, nem novela: um filmão mesmo, daqueles trashes anos 70, com todo respeito a eles. A cada dia, a ediçãozinha analítica do olhar global sob o programa rendia sempre alguma coisa e os mais atentos percebiam o que viria a caminho. Em filmes clichês, como a maioria das comédias românticas, sabemos como o casal apaixonado em conflito irá terminar. E saímos satisfeitos da exibição, pois é isso que se espera de filmes do gênero. Com o BBB foi a mesma coisa. Você sabe como vai terminar, e sai com a sensação de ter passado três meses da sua vida observando estranhos. Ou com a sensação de que sua inteligência foi agredida.

Para os mais esclarecidos, não há dúvida que grande parte do público do BBB é a classe média. Não só pelo horário, como pela censura, merchan e etc. Supõe-se, inclusive, que não seja um público que tenha algum nível de instrução inferior, ou seja, inteligente o bastante para sacar o que os produtores querem. Parace que o que eles fizeram nessa edição foi um programa voltado para o povão, teoricamente sem poder de raciocínio. Tudo é definido bem antes de o programa entrar no ar: quem é o protagonista da vez, a vítima, a isca, etc. É o princípio básico da estruturação de um roteiro de cinema: um protagonista quer algo (um milhão de reais) e alguém (os concorrentes) também, impedindo a conquista (de alguém). Vence quem o Boninho quiser.

Boninho e Bial nunca simpatizaram com a Gyselle. Quem acompanhava o Big Bosta Brasil (bem mais interessante), era mais adiantado sobre as falcatruas e passados obscuros dos participantes. Sabe-se lá Deus o porquê de tanto saco puxado, ou dos seis paredões que essa criatura asquerosa venceu. Ela "conseguiu" eliminar a Natália, preferida por boa parte da população nacional, inclusive por mim.

O fato é que, quando o último programa é exibido, eles dão a vitória para o emuxo Rafinha... aquele da tattoo cool, *cry*. Como se ficasse a sensação de que aquilo que estava sendo esperado (a vitória da preciso-de-uma-definitiva para-tirar-o-Rastafari Gyselle) surpreendesse e cativasse o público já para a próxima edição. Como se os espectadores continuassem burros o bastante para acreditar que eles não estavam indicando quem ficava e quem saía, de acordo com as próprias vantagens para a audiência. Aquilo que eles tanto defendem (que vence o mais inteligente ou o capaz de aguentar a pressão psicológica e abstinências), acaba sendo substituído mais uma vez pela looks like poor child.

Se o BBB fosse um filme, chegaria a um clímax medíocre e um desfecho insatisfatório. Mas o que isso causa na parcela de pessoas alienadas pela Rede Globo? Satisfação de que, no próximo ano, mais quatorze participantes passarão por uma prova de resistência física e psicológica para levar uma bolada para casa. Ao final, tudo parece tão correto, e ainda tem direito ao apresentador levantar uma salva de palmas para o Zeus, o Boninho, diretor insistente, hipócrita, seco e incompetente.

Palmas inclusive para o público, no qual eu me incluo, que dá audiência a algo do porte. Somos todos parcela da mediocridade que o programa virou nas últimas semanas. Então palmas! E se um dia minha fita fosse escolhida, eu iria.. porque brasileiro tem a mania de tapar o sol com a peneira. E vai mesmo, mesmo achando uma bosta.

5 comentários:

  Flaveetcho

26 de março de 2008 às 14:36

"O Big Brother Brasil é coisa para vouyer que não tem o que fazer."

Eu acho, mas eu adooro. =X

:D

\o/

  Anônimo

27 de março de 2008 às 13:24

O primeiro BBB eu assisti do começo ao final. Tanto porque era novidade (já havia tido a casa dos Artistas, mas agora era com anônimos).

Aí depois eu assisti alguns pedaços do 2º e 3º.

O quarto eu assisti inteiro, por causa do número de gostosas.

Daí pra frente, acabou BBB pra mim. Esse BBB8, eu assistia de relance só o final, esperando começar a atração seguinte.

perdeu graça, na minha opinião.

  Flaveetcho

27 de março de 2008 às 18:44

¬¬

Que coisa! ¬¬

Não é pra matar ninguém não.. ¬¬

Kkkkkkkkkkkkkkkk..

=P

  Anônimo

27 de março de 2008 às 20:00

Falou tudo Diego!!!

  Alessandro

31 de março de 2008 às 09:13

Diego eu só não assisto como tento convencer as pessoas da minha roda de amigos a não assistir, pois alem de achar muito besta eu sei como voce acabou de descrever a Globo manipula tudo naquele programa, como voce disse o BIG BOSTA BRASIL mostra realmente o que é o BBB. Ex. a Natalia era muito mais vagaba do que aparecia na globo.
Parabens mais uma vez pelo blog.
um abraço.