Wall-E (2008)

Nada melhor do que voltar a postar no blog com a fantástica história de amor de Wall-E e Eva, dois robôs protagonistas da animação "Wall-E". A parceria da Disney com a Pixar conseguiu construir um verdadeiro clássico do cinema moderno, que certamente ficará marcado na memória de quem se deixar deliciar pela trama. "Wall-E" é um forte concorrente ao Oscar, mesmo estando fora do período de disputa das grandes produções. E quando afirmo que será um destaque na premiação, acredito que não só na categoria de Animação, mas também em categorias técnicas de Som e Edição de Som e talvez até de Melhor Filme.

Para saber o porquê de "Wall-E" ser tão fantástico, realmente só assistindo para concluir. O longa é uma experiência única e desarma o público facilmente. É impossível não se apaixonar por Wall-E e seus olhos fofos ou então pelos robôs desengonçados e até pelos humanos sedentários. Tudo no filme é motivo de admiração, além de trazer uma história atual que prevê, de certa forma, como será o futuro da raça humana. A destruição dos bens naturais, o consumismo, o condicionamento, a preservação ambiental e o amor acima de tudo sã oapenas algumas das vertentes que o longa traça, e todas elas têm êxito.

Para conferir a crítica completa, clique aqui. Boa leitura! Vale a pena!

Homem de Ferro (2008)

Robert Downey Jr. é um gênio. Simplesmente fantástico. Por mais que "Homem de Ferro" seja bem produzido, tenha efeitos impecáveis, é o ex-senhor-encrenca que faz do filme simplesmente imperdível. O toque de humor ácido do personagem não se difere muito da personalidade de Downey. Parece até que ele brinca em cena consigo mesmo e com o papel grandioso que tem em mãos.

Nunca fui muito de torcer para os heróis derrotarem os bandidos e pronto. Acho tudo tão insuficiente que meus heróis de infância foram outros, nenhum ligados a super-poderes. O que Tony Stark e seu Homem de Ferro tem que encanta é a história de um cara comum, bebum, galinha e hiper-sarcástico que encontramos nas esquinas da vida. Com a tecnologia e sabedoria humana, ele constrói uma armadura (que até os seres divinos teriam dificuldade de construir) para destruir todas as armas que sua empresa criou para a destruição.

De alguma forma incrível, Tony Stark é palpável. Ele não foi para outro planeta ser contaminado ou muito menos voa com uma capa estilosa. Ele tem sim um melhor amigo, um interesse romântico, poderes de fogo e tudo mais, mas Downey Jr. vê os clichês como uma forma de usar contra ele mesmo. Em um determinado momento da trama, ele diz para Pepper Potts que, como super-herói, precisa ter uma namorada. Ele brinca com as possibilidades de uma trama comum que é reinventada para atrair os velhos e novos fãs para uma franquia certamente grandiosa.

"Homem de Ferro" é gostoso de assistir e deve ser conferido mais de uma vez. Inclusive, não esqueçam de ficar até os créditos acabarem, pois o arrepio vem quando a certeza de um crossover da Marvel Studios é mostrada. A crítica completa do filme pode ser conferida aqui.

É engraçado...

Hoje continuei dando uma lida nos emails que chegaram de pessoas interessadas em colaborar com o Cinema com Rapadura. Abrimos uma seleção para reunir novas cabeças pensantes que pudessem trazer novidades na nossa produção e atualizar o que já está sendo feito. Considerando a diversidade de perfis, acabei percebendo coisas tão iguais...

Foi pedido um texto dissertativo para o possível-futuro-rapadura (PFR) falar de si e do que poderia contribuir para o site. A maioria dos textos foram artificiais, sempre prezando por gags que realmente não colam. Até os filmes preferidos são sempre aqueles considerados mais cults, como "Laranja Mecânica" e "Pulp Fiction", e diretores preferidos sempre citam Kubrick ou Coppola.

Comentei com o diretor do portal, Jurandir Filho, que muito mais me agradaria ver a sinceridade de alguém que diz que gosta de "O Diabo Veste Prada", por exemplo. As pessoas enxergam em alguns gêneros coisas que são preconceituadas em geral. Parece até uma obrigação citar filmes de naipe bom para que chame atenção. Não mesmo. Gosto cada um tem o seu e não vejo problema algum em citar, ao lado de filmes pops, aqueles pastelões. Até porque sempre tem um ou outro que, mesmo eu que sou da crítica, acabo gostando. Amo "Táxi", por exemplo, apesar de ser ruim como cinema. Eu morro de rir, tenho em casa e adoro.

Outro ponto é que muitos textos traziam os elogios para o portal, o que é sempre bom de ler, e afirmavam interesse imediato em escrever para a sessão de críticas. Acho que houve uma falha de comunicação, já que os PFRs serão remanejados para escrever no Rapadura Blog e na seção de Notícias do portal. Não há como abrir de imediato a parte de críticas para quem ainda não tem respaldo entre os Rapaduras. Não há confiança e conhecimento da capacidade ao assinar uma crítica.

Eu, como Editor Geral, sou rigorosíssimo em tudo, principalmente com as críticas. Jamais permitiria alguém escrever crítica que não seguisse o formato do site ou que fosse baseado em achismo. Provavelmente seria isso que aconteceria. A crítica de um PFR até poderia sair boa, mas é arriscado para o portal divulgar algo que nem os próprios membros aprenderam a confiar. Por isso que quando eu lia nos emails esse interesse nas críticas, eu já torcia o nariz.

Os colaboradores começarão como colaboradores. Depois, com a evolução do trabalho aliada à confiança, pode ou não passar para outros trabalhos mais específicos e confiáveis do CCR. O CCR não é uma brincadeira e não aceitamos brincantes. Damos um duro danado para que o portal fique impecável do jeito que é, então não podemos compactuar com prepotências.

Para aqueles que forem escolhidos, certamente aprenderão bastante não só cinema, mas também a trabalhar e pensar em grupo. O CCR é uma escola que possui degraus possíveis de subir com o tempo.

18º Cine Ceará (I)

A intenção era escrever ao fim de cada dia do Cine Ceará, mas a falta de tempo me incomoda. Já se passaram três dias de festival que, por sinal, está com uma vibe bem diferente do usual Este é o terceiro ano que eu faço a cobertura para o CCR, e não sei se é porque decidimos ser mais lights com a dedicação ao festival que essa visão de que o evento não está fervendo me incomodou durante esses dias.

A quinta-feira, 10, foi a abertura. O público escasso me assustou assim que eu desci do táxi. Por ser uma sessão somente para convidados, talvez justificasse as poucas pessoas que transitaram pelo Cine São Luiz. Na ocasião, a abertura melódica de sempre, com a graciosidade e simpatia da minha querida Maria Fernanda. Um curta de Fernando Birri foi exibido e entediou boa parte dos presentes. Documentário inspirado em slides praticamente forçou o público a ficar na sala.

Logo em seguida, a exibição de "Minha Vida Não Cabe Num Opala" até me chamou atenção, mas o ar condicionado defeituoso do Cine me deixou incomodado e preferi ficar na praça com meus vícios fumantes e etílicos. Aliás, foi na praça que aconteceu a melhor coisa até agora deste Cine Ceará... mas isso é particular e esse blog não é diário eletrônico. Depois, a festa usual para a imprensa e convidados rolou, por mais que abafassem que rolaria. Vale ressaltar que tinha mais gente na festa do que na própria cerimônia de abertura do Cine Ceará. Até que foi boa, mas o chop tava aguado.

Na sexta-feira, 11, a alteração em público foi pouca. O primeiro longa da noite foi "Circunstancias Especiales", um documentário sobre um ex-exilado do Chile que decide procurar os responsáveis pelas torturas e sentença de 1970 e tantos. Uma temática importante na política latino-americana, porém com um quê de pessoalidade que me passou prepotência. Para ganhar a noite, veio "Vete de mí", um longa espanhol simplesmente delicioso de assistir.

O sábado, 12, reuniu mais gente. A mostra competitiva de curtas começou cedinho, mas nem pude estar presente. Cheguei para conferir os dois longas, um em competição e o outro em premiére. "Postales de Leningrado" é maravilhoso e meu preferido até agora para as categorias de melhor direção e fotografia. Belíssimo e especial, o filme conta de forma cativante e poética a visão de uma menina sobre a época em que os pais eram militantes de uma guerra.

Ao fim da noite, a beleza e charme de Patrícia Pillar mexeu com a imprensa e com o público. A atriz veio lançar seu documentário sobre o cantor Waldick Soriano, um dos maiores nomes da música "brega" do país. Patrícia é um amor e passa esse sentimento na obra. Ela é sensível e registra com belas imagens a vida de um cantor que entrou para a história eterna da música popular brasileira.

A realidade é que eu espero que o festival melhore de público, pois as chances de ver filmes ibero-americanos de qualidade em circuito nacional são praticamente zero. E que mais momentos pessoais na praça venham! (eu dormi na praça.. pensando nel....)

Sobre o Dia da Mentira

Quando eu terminar este post, o Dia da Mentira já terá passado. Não que tenha alguma relevância na vida das pessoas, sendo apenas uma desculpa para uma tirar onda com a outra e etc. Mesmo assim, muitas notícias do mundo cinematográfico que foram veiculadas neste dia atrapalharam a vida de alguns jornalistas quanto a veracidade das informações.

O fato é que em uma das notícias que eu li, eu quase fiz uma novena para que fosse mentira. Nunca torci tanto para algo ser falso. O site OFuxico me deliciou com a chamada: Madonna deve atuar na nova versão de 'Casablanca'. Passei mal. Primeiro por uma refilmagem de "Casablanca" ser praticamente um atentado aos clássicos hollywoodianos. Já até imagino a mordenidade tomando conta da película, um cineasta de segunda na direção e um de terceira no roteiro, com atores medíocres nos papéis que pertenceram ao saudoso Humphey Bogart (e seu cigarro inseparável) e da maravilhosa Ingrid Bergman.

A segunda e mais preocupante nóia que me tomou foi quanto a essa vontade da Madonna em fazer Isla (papel de Bergman no longa original). Não gosto da Madonna. Ela já passou, está uma anciã e só lança modinhas que piram a ala happy (if you know what I mean) nas baladas. Como atriz, ela é até uma ótima cantora. Na filmografia da criatura, filmes ridículos se misturam a "Evita", o melhorzinho, porém sacal e insuportável. Para quem não sabe, o papel de Eva Peron seria da espetacular Meryl Streep, mas Madonna mandou uma carta ao diretor argumentando porque seria melhor que a Meryl (tipo, oi? De onde ela é melhor do que a Meryl? De onde a Madonna é boa?).

Daí agora ela tem conversado com os assessores e informou ter interesse em protagonizar o remake (provavelmente ruim) de "Casablanca". Vamos por etapas. Madonna tem o quê, 100 anos? Ingrid tinha 27 em 1942, quando a versão original foi lançada nos cinemas. Nunca que um diretor de consciência mediana ia escolher uma anciã e sem talento para o papel. A não ser que, ao invés de uma refilmagem, fizessem algo que pendesse mais para o trash mesmo, tipo: alguns anos depois.. or something. Além disso, seria um ultraje traçar paralelos entre Ingrid e Madonna em um filme que é considerado por muitos o melhor de todos os tempos (ainda prefiro alguns outros, mas acho sim um dos melhores).

Então eu torço para que isso seja apenas uma Pegadinha do Malandro e que os estúdios responsáveis pela refilmagem desse clássico ponham a mão na consciência e não deixem que uma wanna-be-actress convença mais uma vez que é "perfeita" para o papel. Vai lá saber se ela já sofre com os esquecimentos da idade e sequer conseguiria decorar alguns diálogos a serem rodados.

Aos fãs de Madonna: fui revolucionário sim, justamente por estar indignado com essa possibilidade de ver essa pessoa protagonizando um dos meus filmes preferidos. Tudo que falei não foi por impulso, só foi aumentado. Então me economizem de críticas musicais, números de CD's vendidos, títulos de rainha do pop ou qualquer coisa do tipo. Não gosto dela e não será nenhum DinoFan que me fará mudar de idéia. Acho um absurdo e opino sim. E o blog é meu. Não gostou, alt F4.

Polaróides Urbanas (2008)

Miguel Falabella é um mestre. Ator de cinema, teatro e televisão, produtor, diretor, apresentador, versátil. Escreve e atua. Junta elencos memoráveis e causa rir sem entrar no escracho das comédias brasileiras, e até quando entra, fica interessante de assistir. Por ser um trabalho dele e o resultado de uma boa equipe na construção de um produto.

"Polaróides Urbanas" é uma obra quase almodovariana. Falabella pega sua peça teatral de sucesso e leva ao cinema vidas e perfis que questionam sobre vida e morte, sobre aspirações e inspirações, sobre o que espera-se de alguém e de si mesmo. São personagens cômicos, clichês, cansados, mal aproveitados, demasiadamente usados. Enfim, Falabella reconstrói a vida com a desigualdade que ela é, sem perfeição alguma.

O forte do roteiro de "Polaróides Urbanas" está nesses personagens e na forma como eles se entendem (ou não) no final. Falabella constrói mulheres fortes, deprimidas, à beira de um ataque de nervos. Conceitua homens fracos e autosuficientes. São perfis de pessoas que existem ao nosso redor. É impossível não reconhecer em alguma das esquetes (porque é isso que o filme é: um apurado de esquetes) alguém do nosso cotidiano. Falo logo que meu pai é meio Edmundo.

Os personagens vivem seus dramas até perceberem que, por mais engraçado ou deprimente, eles podem fazer algo para mudar aquilo. Por mais que tenha a sensação cinematográfica que no final tudo dá certo, afinal tudo acaba dando certo mesmo; ou precisamos acreditar nisso para não nos desencantar da vida. Mesmo com um trabalho interessante com os personagens, Falabella ainda está preso a dramaticidade teatral que não funcionou com tanta naturalidade. Quando o filme precisa entrar no drama, perde aquela alegria que esbanja na primeira metade do filme, os risos são cessados e dá a impressão de o drama foi forçado.

Mesmo assim, "Polaróides Urbanas" reúne um elenco competente, com destaque principal para a saudosa Marília Pêra. Não é o melhor filme nacional dos últimos cinco anos ("O Ano em que Meus Pai Saíram de Férias" e "Abril Despedaçado" reinam absolutos), muito menos a melhor comédia brasileira ("Os Normais - O Filme" é imbatível), mas causa boas sensações e muitas gargalhadas no cinema. Imperdível por ter o humor ácido de Falabella e o talento de grandes estrelas do país.

E se o Big Brother fosse um filme?

O Big Brother Brasil é coisa para vouyer que não tem o que fazer. Mesmo tendo o que fazer, eu costumo adorar. Essa última edição, eu assisti até certo momento. Depois quando as coisas de Boninho e sua trupe ficaram mais evidentes do que o comum, desliguei. Só religuei na final, para ver o desfecho. É mais ou menos assim com um filme ruim: se está chato, você dorme e acorda no final só para saber como acaba e pronto. Sai da sala sem a mínima expectativa de que sua vida irá melhorar.

O BBB8 foi um grande filme. Não diria nem seriado, nem novela: um filmão mesmo, daqueles trashes anos 70, com todo respeito a eles. A cada dia, a ediçãozinha analítica do olhar global sob o programa rendia sempre alguma coisa e os mais atentos percebiam o que viria a caminho. Em filmes clichês, como a maioria das comédias românticas, sabemos como o casal apaixonado em conflito irá terminar. E saímos satisfeitos da exibição, pois é isso que se espera de filmes do gênero. Com o BBB foi a mesma coisa. Você sabe como vai terminar, e sai com a sensação de ter passado três meses da sua vida observando estranhos. Ou com a sensação de que sua inteligência foi agredida.

Para os mais esclarecidos, não há dúvida que grande parte do público do BBB é a classe média. Não só pelo horário, como pela censura, merchan e etc. Supõe-se, inclusive, que não seja um público que tenha algum nível de instrução inferior, ou seja, inteligente o bastante para sacar o que os produtores querem. Parace que o que eles fizeram nessa edição foi um programa voltado para o povão, teoricamente sem poder de raciocínio. Tudo é definido bem antes de o programa entrar no ar: quem é o protagonista da vez, a vítima, a isca, etc. É o princípio básico da estruturação de um roteiro de cinema: um protagonista quer algo (um milhão de reais) e alguém (os concorrentes) também, impedindo a conquista (de alguém). Vence quem o Boninho quiser.

Boninho e Bial nunca simpatizaram com a Gyselle. Quem acompanhava o Big Bosta Brasil (bem mais interessante), era mais adiantado sobre as falcatruas e passados obscuros dos participantes. Sabe-se lá Deus o porquê de tanto saco puxado, ou dos seis paredões que essa criatura asquerosa venceu. Ela "conseguiu" eliminar a Natália, preferida por boa parte da população nacional, inclusive por mim.

O fato é que, quando o último programa é exibido, eles dão a vitória para o emuxo Rafinha... aquele da tattoo cool, *cry*. Como se ficasse a sensação de que aquilo que estava sendo esperado (a vitória da preciso-de-uma-definitiva para-tirar-o-Rastafari Gyselle) surpreendesse e cativasse o público já para a próxima edição. Como se os espectadores continuassem burros o bastante para acreditar que eles não estavam indicando quem ficava e quem saía, de acordo com as próprias vantagens para a audiência. Aquilo que eles tanto defendem (que vence o mais inteligente ou o capaz de aguentar a pressão psicológica e abstinências), acaba sendo substituído mais uma vez pela looks like poor child.

Se o BBB fosse um filme, chegaria a um clímax medíocre e um desfecho insatisfatório. Mas o que isso causa na parcela de pessoas alienadas pela Rede Globo? Satisfação de que, no próximo ano, mais quatorze participantes passarão por uma prova de resistência física e psicológica para levar uma bolada para casa. Ao final, tudo parece tão correto, e ainda tem direito ao apresentador levantar uma salva de palmas para o Zeus, o Boninho, diretor insistente, hipócrita, seco e incompetente.

Palmas inclusive para o público, no qual eu me incluo, que dá audiência a algo do porte. Somos todos parcela da mediocridade que o programa virou nas últimas semanas. Então palmas! E se um dia minha fita fosse escolhida, eu iria.. porque brasileiro tem a mania de tapar o sol com a peneira. E vai mesmo, mesmo achando uma bosta.

Cinema, Experimentações e Etc.

Durante a Mostra Universitária de Curtas que aconteceu este mês na Unifor, fiquei me questionando mais do que o comum sobre o futuro do Brasil. Não aquele futuro que desde os tempos do meu avô diziam pertencer às crianças, mas como o Cinema pode se comportar pela frente.

O que percebi com os vinte e seis curtas que assisti é que há uma vontade enorme de fazer Cinema. Novos cineastas surgem em todas as partes do Brasil e faculdades se permitem treinar e influenciar a produção audiovisual que vem da mente de tanta gente criativa. A vontade de sair do lugar comum ou de reutilizar fórmulas cansadas para criar foi o mais perceptível com a Mostra.

Claro que muitos curtas sofrem pela deficiência de investimento, já que são apenas universitários, mas muitos deles já se apresentam como projetos de cabeças grandes, que não só pensam e escrevem (como quem vos fala), mas que também colocam a mão na massa e a cara a tapa para todo tipo de comentário. Afinal, Cinema é isso: mistura de idéias, gostos e comentários ao fim da sessão.

Por essa clareza da experimentação e das vontades dos novos cineastas que em muitas análises que eu fiz para o CCR relevei vários defeitos que certamente me deixariam irado em uma produção profissional. Não é clemência, mas sim abertura para possibilidades, criações e a sustentação da idéia de que Cinema Brasileiro tem qualidade sim, e não é só violência e nudismo como muitos (e até eu, às vezes) consideram.

Vejo e integro a primeira turma de Audiovisual e Novas Mídias da Unifor. São jovens, muitos aos 17 anos, que chegam na faculdade famintos por conhecimentos específicos acerca daquilo que escolheram para ser no futuro. Mentes irão aflorar, afinidades também. De lá sairão ótimos diretores, roteiristas, artistas, fotógrafos... enfim. Também existem aqueles que irão se perder na profissão, descobrindo que não é o que desejam. Mas o importante é isso: jogar as caras para produzir, independente do que seja. Produzir, aprender e comentar.

A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005)

O SBT passou por tempos de glória como a segunda maior emissora do país quando a programação não sofria com tantas mudanças e era sólida. Dentre suas maiores vantagens estava o Cinema em Casa, concorrente da Sessão da Tarde da Globo. O Brasil parava quando a versão de "A Fantástica Fábrica de Chocolate" de 1971, de Mel Stuart, era a atração. Crianças, adolescentes e adultos tinham o filme como um dos maiores exemplares de filmes feitos para a família, assim como a Globo causava quando exibia "Dirty Dancing - Ritmo Quente". O fato é que de grandes (ou marcantes) filmes foi feita a juventude de muita gente, na qual eu me incluo.

Em 2005, o diretor pop Tim Burton anunciou que faria uma nova versão para a história. Que fique bem claro: uma nova versão baseada na obra original de Roald Dahl, não um remake do filme de 1971. Existe diferença? Muita. Não é desculpa esfarrapada para cobrir as divergências criativas? Nunca! O primeiro filme teve a sorte de encantar gerações principalmente porque o próprio Dahl assumiu o cargo de roteirista. A visão mais aleatória dos personagens ficou clara no filme. Já na produção mais recente, John August readapta a obra, traz Charlie e Willy como co-protagonistas e valoriza mais o desenvolvimento dos personagens secundários.

Por mais que aquela idéia de lição de moral continue mais forte que no primeiro filme, na obra de Tim Burton vemos não só um filme evoluído pelas possibilidades tecnológicas dos grandes estúdios, mas um novo posicionamento de como a narração vai se dando. Vemos flashbacks que trazem a tona questionamentos da vida do chocolateiro; vemos crianças estereotipadas cujas ambições vão se degradando de acordo com o andamento da trama, e mais: vemos pais que compactuam para as mazelas dos filhos. Na realidade, o novo filme serve muito mais como denúncia ácida de quesitos sociais do que como historinha de encantamento.

Burton traz não só sua criatividade, seus travellings incríveis e planos conjuntos curiosos para essa produção. Suas marcas estão presentes. É interessante observar que, mesmo não sendo o filme mais recente, o cineasta refaz suas próprias idéias e as renova sempre que pode. Diversos momentos me lembraram a estética usada em "Sweeney Todd" (2007), bem como no excepcional "Peixe Grande" (2003). Até a escuridão e jeitinho macabro de Burton marcam esse filme tão colorido e exuberante. Willy é praticamente um andrógeno, que assusta pela estranheza e encanta pela infantilidade. As formas como o roteiro se desfaz das crianças chega a ser cruel, mas sempre há um sorriso final de quem assiste.

As diferenças e semelhanças existem, sendo as comparações inevitáveis. Os mais saudosistas talvez achem a simplicidade tecnológica da primeira versão mais adequada para a história, mas já eu prefiro considerar o filme de 2005 uma releitura fantástica da obra. O acompanhamento sonoro, a direção de arte, o figurino, a fotografia e todos os aspectos técnicos que auxiliam Burton neste maravilhoso projeto saem na frente da primeira produção.

Melhor ou pior, o que importa é que mais uma vez "A Fantástica Fábrica de Chocolate" chega para marcar gerações. Revi o filme na companhia da minha sobrinha de 5 anos e consegui ver o brilho nos olhos curiosos dela ao descobrir aquele imenso paraíso traiçoeiro dos doces. Claro que o entendimento de um adulto para uma criança é diferente, mas acredito que, daqui a alguns anos, ela consiga se lembrar deste filme como eu me lembro da primeira versão do chocolateiro Wonka. E que o ciclo se mantenha!

Observação: Não posso deixar de registrar a criatividade máxima de Tim Burton no longa, que me fez desejar vê-lo na direção de algum "Harry Potter". Consigo até imaginar como o filme seria maravilhoso e com um acompanhamento sonoro mais perfeito do que já possui.

Princesa (2001)

Nem sabia que o filme era de 2001. Engraçado ter chegado apenas semana passada no Cinema de Arte aqui de Fortaleza. Gente, que filme ruim! Vamos por partes. Travestismo é o tema central de "Princesa", co-produção da Alemanha, Espanha, França, Itália e Reino Unido.

Princesa é o nome de guerra de Fernanda, uma travesti brasileira que sai de Belém do Pará para tentar uma vida melhor na Itália. Ela não opta pela prostituição somente para ganhar dinheiro e luxar, mas sim porque deseja fazer a cirurgia de troca de sexo. Até aí tudo bem. Filmes de teor homossexual e qualquer abordagem do tema sempre me interessaram. Não assisto com puritanismo nem identificação, mas com curiosidade para ver até onde as produções inovam ou repetem fórmulas.

"O Segredo de Brokeback Mountain" chocou pela campanha marketeira e uma cena de sexo em uma cabana entre dois caubóis. "Transamérica" traz Felicity Hoffman como uma mãe/pai em busca do auto-conhecimento e de sua relação com o filho. "C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor" exercita com sensibilidade única a relação homossexual de um jovem com a família durante três períodos de sua vida. Já "Princesa", bem..., reúne jargões, atuações péssimas, uma narrativa incompetente e uma direção beirando ao não-profissional.

Ingrid de Sousa é péssima. Nem ao menos simular um blow job ela consegue. Completamente inexpressiva, nas tentativas de esboçar alguma reação em cena (que não seja a cara patética de quem está falando o texto decorado nos cinco minutos antes de gravar), até assusta pela artificialidade. Até as outras travestis brasileiras se saem melhor, ao passo que são forçadas a falar frases como "Você é uor" para reforçarem a condição gay. Desnecessário, fica piegas em cena. Não ganha conteúdo, nem pode ser usado como documento, apenas como uma exploração do ridículo.

E nem estou sendo preconceituoso com a abordagem do filme. O fato é que, em termos de cinema, a produção não acrescenta em nada a não ser como não fazer cinema. A narrativa é impulsionada por motivos óbvios e fracos. Os personagens são colocados em situações constrangedoras, como quando Fernanda recebe a declaração de amor (com direito a "eu te amo" e tudo) após pouco contato com um cliente. Amores à primeira vista hoje em dia são complicados de se registrar no cinema, e "Princesa" nunca vai conseguir um efeito de Hello, stranger! de "Closer - Perto Demais".

Gostos e Reciclagem

"Venda de DVD's a partir de R$ 2,99!" Claro que o Diego entrou correndo na Locadora para conferir a pechincha. Mas antes disso, veio aquela idéia de que a Locadora estaria prestes a fechar e a melhor opção para ganhar dinheiro extra seria vender o já tão escasso acervo. Não falo de uma locadora grande e famosa, mas daquelas pequenas do nosso bairro que sempre cobram mais barato, mesmo tendo menos opções.

Segundos após minha entrada na Locadora, acabei descobrindo que a venda de DVD's não era porque o dono tinha planos de fechá-la, mas sim porque muitos filmes que eles tinham simplesmente não são alugados. Quando fui conferir os produtos, vários deles realmente bons estavam lá, e tratei logo de me escolher os que eu levaria comigo. Além disso, filmes nacionais bombavam na prateleira, e pelo preço de 6 ou 8 reais cada.

Essa situação significou duas coisas para mim. A primeira sobre o fato da espetacularização do Cinema, que atrai um público cada vez mais apaixonado por enlatados hollywoodianos com explosões ou grande publicidade. Filmes de arte estavam aos montes na estante de venda, junto daqueles menos artísticos, mas que realmente têm qualidade cinematográfica. Acabei comprando "Segredos e Mentiras" e "Sob a Areia" por 6 e 5 reais, respectivamente, este último provavelmente estando fora de catálogo por tempo inderteminado nos grande sites de venda.

A segunda coisa notável é essa capacidade de reciclar gostos e, de certa forma, possibilitar a posse de filmes de qualidade por um preço acessível. Filmes como "Madame Satã", "Os Normais", "Os Imperdoáveis", "Casablanca", "Poltergeist", todos estavam a espera de um novo dono. Engraçado perceber que filmes tão poderosos não são mais alugados pelo público desta Locadora. Fico indignado como ainda preferem filmes populares ao exercício de pensamento acerca de um filme com conteúdo.

Mesmo assim, quem saiu ganhando fui eu. Com meu gosto cinematográfico eclético e psicopata, acabei implorando para venderem também "Secretária" (fora de catálogo) e a edição dupla de "Amor, Sublime Amor", que quase nunca são alugados, mas não estavam à venda ainda. Torçam para eu conseguir. E viva os bons filmes!

Oscar 2008 - Antes

A maior festa do cinema acontece mais tarde e deve trazer todo o glamour de sempre. Tendo a sorte de poder ser realizado após a greve dos roteiristas, a cerimônia não guarda muitas surpresas quanto aos vencedores. Aliás, o Oscar não guardou surpresas desde os indicados. O evento é tomado de previsibilidade, mas minha esperança de que alguns vencedores surpreendam ainda existe. Enfim, abaixo estão as categorias, os indicados, comentários, para quem eu daria o prêmio e a minha aposta de quem vence. Enjoy!

Melhor Filme

Conduta de Risco
Desejo e Reparação
Juno

Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro

Comentários: O comentário mais relevante nesta categoria foi a aparição de "Juno" na lista. Não que não seja bom, mas não é bom o suficiente para a indicação. Acho que o fervor do cinema independente e a história bonitinha não sustentam um bom filme. Ainda teria trocado "Juno" por "Sweeney Todd", apesar de também não vencer em Melhor Filme, mas pelo menos a produção é infinitamente melhor.

Eu premiaria: Desejo e Reparação
Aposta: Sangue Negro


Melhor Diretor
Jason Reitman - Juno

Joel e Ethan Coen - Onde os Fracos Não Têm Vez
Julian Schnabel - O Escafandro e a Borboleta

Paul Thomas Anderson - Sangue Negro
Tony Gilroy - Conduta de Risco

Comentários: O mesmo do tópico anterior se aplica a este. Jason Reitman não fez nada em "Juno" e é irritante essa indicação inútil. E só de pensar que essa vaga poderia ser do Joe Wright por "Desejo e Reparação" eu fico doente. Ele sim surpreendeu e construiu uma história espetacular.

Eu premiaria: Paul Thomas Anderson - Sangue Negro
Aposta: Joel e Ethan Coen - Onde os Fracos Não Têm Vez


Melhor Ator
Daniel Day-Lewis - Sangue Negro

George Clooney - Conduta de Risco
Viggo Mortensen - Senhores do Crime

Johnny Depp - Sweeney Todd

Tommy Lee Jones - No Vale das Sombras


Comentários
: Minha maior felicidade foi a Academia ter se lembrado do Tommy Lee Jones. Por mais que não chegue nem perto de levar a estatueta para casa, ele está fantástico em "No Vale das Sombras" que, aliás, foi inteiramente esquecido nessa edição do Oscar, visto que o filme é espetacular.

Eu premiaria: Johnny Depp - Sweeney Todd
Aposta: Daniel Day-Lewis - Sangue Negro


Melhor Atriz

Cate Blanchett - Elizabeth: A Era de Ouro

Julie Christie - Longe Dela

Marion Cotillard - Piaf – Um Hino ao Amor

Ellen Page - Juno

Laura Linney - A Família Savage

Comentários: O único receio nesta categoria é que Julie Christie acabe levando o que é por direito da Marion Cotillard. As duas travaram uma disputa única nas premiações que antecederam o Oscar e será o prêmio que eu mais vou tremer quando for anunciado.

Eu premiaria: Marion Cotillard
- Piaf - Um Hino ao Amor
Aposta: Marion Cotillard - Piaf - Um Hino ao Amor


Melhor Ator Coadjuvante
Javier Bardem - Onde os Fracos Não Têm Vez

Casey Affleck - O Assassinato de Jesse James

Tom Wilkinson - Conduta de Risco

Hal Holbrook - Na Natureza Selvagem
Philip Seymour Hoffman - Jogos do Poder

Comentários: Só vi dois dos filmes, então não tenho autoridade ainda para julgar as indicações. Mas é fato que Javier Bardem está fantástico em "Onde os Fracos Não Têm Vez", apesar de achar que ele não está em sua melhor performance. Fato é que ele já é um bom ator por natureza.

Eu premiaria:
Javier Bardem - Onde os Fracos Não Têm Vez
Aposta: Javier Bardem - Onde os Fracos Não Têm Vez


Melhor Atriz Coadjuvante
Amy Ryan - Medo da Verdade

Cate Blanchett - Não Estou Lá

Tilda Swinton - Conduta de Risco

Ruby Dee - O Gângster

Saoirse Ronan - Desejo e Reparação

Comentários: Não assisti ainda a "O Gângster", mas não entendo a indicação da Ruby Dee. Pelo que falaram ela mal aparece no filme. E o pior: ainda pode ser agraciada pela Academia por causa da idade. Coisas assim eu não consigo engolir, ainda mais quando ameaçam Cate Blanchett.

Eu premiaria:
Cate Blanchett - Não Estou Lá
Aposta: Cate Blanchett - Não Estou Lá


Melhor Roteiro Original
Juno

Conduta de Risco
A Família Savage
Ratatouille
Lars and the Real Girl

Comentários: A palavra "original" tem um peso muito grande. Nenhuma das histórias são originais, mas tudo bem, a gente releva.

Eu premiaria: Conduta de Risco
Aposta: Juno


Melhor Roteiro Adaptado
Desejo e Reparação

Longe Dela
Onde os Fracos Não Têm Vez
Sangue Negro

O Escafandro e a Borboleta

Comentários: Uma categoria bastante difícil de prever quem a Academia premiaria. Há muita chance de "O Escafandro e a Borboleta" levar, já que também virou um queridinho das premiações.

Eu premiaria: Desejo e Reparação
Aposta: Onde os Fracos Não Têm Vez


Melhor Fotografia
Sangue Negro
O Escafandro e a Borboleta
Desejo e Reparação
O Assassinato de Jesse James
Onde os Fracos Não Têm Vez

Comentários: Cinco fotografias belíssimas somente pelos respectivos trailer. As indicações foram justíssimas.

Eu premiaria: Sangue Negro
Aposta: O Escafandro e a Borboleta


Melhor Montagem
O Escafandro e a Borboleta

Na Natureza Selvagem
Onde os Fracos Não Têm Vez

O Ultimato Bourne
Sangue Negro

Comentários: Me surpreendi pela ausência de "Desejo e Reparação" na lista.

Eu premiaria:
Sangue Negro
Aposta
: Sangue Negro


Melhor Direção de Arte
A Bússola de Ouro

Desejo e Reparação
O Gângster

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet
Sangue Negro

Comentários: Mais uma disputa acirrada. Certamente eu dividiria o prêmio em cinco.

Eu premiaria: Sweeney Todd
- O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet
Aposta: Sangue Negro


Melhor Figurino
Across the Universe
Desejo e Reparação
Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet
Elizabeth: A Era de Ouro
Piaf – Um Hino ao Amor

Comentários: Eu passei quatro dias pensando nessa categoria, que particularmente eu acho a mais difícil e com os indicados ousados. Não cheguei a conclusão alguma.

Eu premiaria: Desejo e Reparação
Aposta: Elizabeth: A Era do Ouro


Melhor Maquiagem
Norbit

Piaf – Um Hino ao Amor
Piratas do Caribe: No Fim do Mundo

Comentários: Norbit what?

Eu premiaria: Piaf - Um Hino ao Amor
Aposta: Piaf - Um Hino ao Amor


Melhores Efeitos Visuais
Transformers

Piratas do Caribe: No Fim do Mundo

A Bússola de Ouro

Comentários: Senti falta de "Harry Potter e a Ordem da Fênix".

Eu premiaria: Piratas do Caribe: No Fim do Mundo
Aposta: Transformers


Melhor Trilha Sonora
Conduta de Risco
Ratatouille
Desejo e Reparação
O Caçador de Pipas
Os Indomáveis

Comentários: A disputa deve ficar entre "Desejo e Reparação" e "O Caçador de Pipas". Os dois merecem. Mas gente, não tem como "Desejo e Reparação" não levar. Acho que foi uma das trilhas sonoras mais fantásticas que eu já ouvi nos últimos anos...

Eu premiaria: Desejo e Reparação
Aposta: Desejo e Reparação


Melhor Canção Original
Falling Slowly - Once
Happy Working Song - Encantada
Raise It Up - O Som do Coração
So Close - Encantada
That’s How You Know - Encantada

Comentários: Só explicando a ausência de musicais como "Sweeney Todd" e "Hairspray". Eles não podem concorrer nesta categoria justamente porque as canções utilizadas não são originais, ou seja, não foram feitas para o filme. Elas precisam ser inéditas e, obviamente, as músicas utilizadas foram dos respectivos musicais da Broadway. Já em relação aos indicados, who cares?

Eu premiaria:
Raise It Up - O Som do Coração
Aposta
: That's How You Know - Encantada


Melhor Som
Transformers
Onde os Fracos Não Têm Vez
O Ultimato Bourne
Ratatouille

Os Indomáveis

Comentários: Filminhos testosterona.

Eu premiaria: Onde os Fracos Não Têm Vez
Aposta: O Ultimato Bourne


Melhor Edição de Efeitos Sonoros
Transformers

Onde os Fracos Não Têm Vez

O Ultimato Bourne
Ratatouille

Sangue Negro

Comentários: A diferença de Som para Edição Sonora é em relação ao processo de filmagem. É que nem Efeito Especial e Efeito Visual. O Especial é feito na hora da filmagem, com elementos em cena, enquanto o visual é feito na pós produção com computador. Melhor Som diz respeito a captação do som em cena, enquanto Edição Sonora é trabalho da pós produção.

Eu premiaria: Ratatouille
Aposta: Ratatouille


Melhor Filme Estrangeiro
12 (Rússia)
Beaufort (Israel)
The Counterfeiters (Áustria)
Katyn (Polônia)
Mongol (Cazaquistão)

Comentários: Ainda teria incluído o filme brasileiro, mesmo que ele não vencesse. Não assisti aos filmes, então...

Eu premiaria: -
Aposta: The Counterfeiters



Melhor Filme de Animação
Ratatouille
Persépolis
Tá Dando Onda

Comentários: Estou esperando "Persépolis" vencer de "Ratatouille", só para chocar mesmo.

Eu premiaria: Ratatouille
Aposta: Ratatouille


Melhor Documentário
No End in Sight
Operation Homecoming: Writing the Wartime Experience

Sicko - $.O.$ Saúde

Taxi to the Dark Side
War/Dance

Comentários: Não vi nenhum ainda.

Eu premiaria: -
Aposta: Sicko - $.O.$ Saúde


Melhor Documentário em Curta-Metragem
Freeheld

La Corona ("The Crown")
Salim Baba

Sari''''''''s Mother


Melhor Curta-Metragem
At Night

Il Supplente ("The Substitute")

Le Mozart des Pickpockets ("The Mozart of Pickpockets")
Tanghi Argentini
The Tonto Woman


Melhor Curta de Animação
I Met the Walrus

Madame Tutli-Putli
My Love ("Moya Lyubov")
Peter & the Wolf

Sobre o CCR

Trabalhar com Webjornalismo não é fácil. Ao mesmo tempo que a Internet facilita o contato com as pessoas, ela também distancia alguns entendimentos. No CCR, eu preciso lidar com diferentes pessoas de diferentes lugares do Brasil (e do mundo). Além de uma paciência de tartaruga exigida, coisa que não é minha marca pessoal, é necessário que eu consiga uniformizar a produção de conteúdo.

Quem acessa o portal vê tudo muito bonitinho, organizado e pronto. Para conseguir um resultado daqueles, com 100 notícias diárias e matérias variadas para o portal e para o blog, além de atualizações gerais, é muito suor que toda a equipe derrama. Eu faço a parte mais difícil, que é pegar tudo, selecionar, sugerir, corrigir e jogar. Mas para que eu possa fazer minha parte, é preciso que os Rapaduras façam o que lhes é exigido. Como posso ter material para atualizar uma seção qualquer se um ou dois estão com preguiça ou passando por problemas pessoais?

Problemas e outros afazeres todo mundo tem. O problema gigante em relação a isso é que, por sermos todos colegas ou amigos, acabamos ignorando algumas vezes as obrigações como forma de passar despercebido. Mas não passa. Como editor, eu vejo todas as falhas, todas as melhorias em todos os termos, e preciso organizar o trabalho de mais de dez pessoas todas as semanas. São pessoas que contribuem para o site de forma exclusiva e, na maioria das vezes, dedicada. Pessoas que gostam de fazer, assim como eu.

Porém, chega um momento em que ficamos exaustos, que a produção não é a mesma e vários outros problemas aparecem. Em certas ocasiões, a camaradagem da amizade precisa ser deixada de lado para que as coisas voltem a funcionar. Como editor, preciso exigir, senão exigem mais de mim ainda. É desgastante e o motivo desse post não é nem elogiar o trabalho que eu faço no CCR, mas sim conscientizar que ninguém da equipe está sozinho. Cada um trabalha individualmente, mas o CCR é fruto do trabalho geral. Se essa harmonia de produção é quebrada por um ou dois que atrapalham, não há porque sentir orgulho do que se tem ao acessar o portal. Não há orgulho de ter que conseguir as 100 notícias semanais de forma arrastada, praticamente sugando as últimas forças de quem se dispõe a produzir.

Esse post não é nada pessoal, nem direcionado a alguém; porque todo mundo sabe que pode se encaixar nessas reclamações.

Cloverfield (2007)

"Cloverfield - Monstro". Alguém gosta desses subtítulos? Enfim, um dos filmes mais esperados pelos nerds e cinéfilos finalmente chegou. O marketing viral do longa se espalhou durante meses na mídia e o peso do nome de J.J. Abrams na produção fez do filme o primeiro lugar em bilheteria americana. Entretanto, na sua terceira semana de exibição, o longa ficou em nono em arrecadação. O sucesso foi imediato, mas não longevo. No Brasil, a sessão que eu fui tinha umas vinte pessoas, em uma sala que suporta mais umas 300 (this is spaaaaarta! ;x).

Os fanáticos fizeram questão de superestimar "Cloverfield" e a crítica internacional ajudou. Não que o filme seja ruim, mas não vale todos os elogios que recebem, o que me remete ao mesmo que aconteceu com "Juno". Este é uma comédia simples e divertida, mas não merecedora de ser indicada ao Oscar de Melhor Filme (e não foi falta de opção!). Enquanto "Juno" pecava pela normalidade da linguagem e colocava o peso do carisma para Ellen Page, "Cloverfield" traz um roteiro medíocre, mas com um formato cinematográfico relevante, mesmo que não seja novo. A idéia de trocas as câmeras por amadoras e fazer com que os personagens documentem o ataque de um monstro em NY (aham..!) é o que faz o filme ser ligeiramente interessante.

Abrams e o diretor Matt Reeves tornam o que é aparentemente impossível em uma coisa palpável. Não que os efeitos do monstro borrachudo e seus filhotinhos sejam verdadeiros, mas pelo fato de trazer aos personagens e a câmera sempre em mãos uma aproximação e veracidade daquilo. Logo no começo da história, quando não se espera um ataque, vemos primeiro a vida normal de um grupo de amigos. Depois eles escutam um estrondo ao fundo e só quando mais explosões começam a levar NY aos ares que eles, junto com o público, ficam sabendo o que está acontecendo. Reeves não cai no clichê de mostrar o monstro logo de cara, sendo realmente eficaz a forma com que ele aparece. Os gritos, os ataques e uma NY destruída ficam realmente possíveis no mundo contemporâneo.

O que o roteiro erra é ao encontrar nos personagens motivos para acontecer. Enquanto o galãzinho tem o irmão morto pelo monstro, ele procura uma moça por quem é apaixonado que está presa no apartamento. E claro, o apartamento fica na área em que o monstro está. A estratégia não funciona em nenhum momento, visto que não há identificação com o público, caindo em diálogos prontos e maneirismos de romances ultrapassados. Me desculpem os apaixonados, mas quem, em situação de ataque (seja de qual tipo for) vai deixar de evacuar para buscar uma paixonite em casa? Ainda: quem teria ajuda para realizar isso? Só louco (e não de amor!). A paixão funciona quando há um primeiro relacionamento consigo próprio, não com os outros.

E mais questionamentos me ocorrem em relação ao argumento do roteiro. Como seria possível uma câmera e suas imagens gravadas resistirem a um ataque nuclear? Sinceramente não acredito na possibilidade, o que acaba me convencendo de que foi uma média feita pelos realizadores para somente ganhar dinheiro. Claro que "Cloverfield" adiciona uma nova lógica de fazer filmes, como muitos outros fizeram durante a história do cinema, mas no que diz respeito a obra em si, não há destaque, muito menos motivo para ser ovacionado. Um filme penas bom no conceito, o resto a gente joga na boca do monstro.

Meu Monstro de Estimação (2007)

Alguém tem interesse em ver um filme com esse título? Aposto que não. É mais um lamentável título que pode afastar o público adulto e atrair somente as crianças. Mesmo assim, tive a curiosidade de assisti-lo devido a graciosidade do trailer. Bem acompanhado, a sessão estava repleta de crianças curiosas pela história e pais que, ainda hoje, me fazem questionar se estão ali só pelos filhos ou se buscam também uma diversão. Avançando no mercado propício para uma boa bilheteria, "Meu Monstro de Estimação" foi um dos dois filmes feitos para as férias escolares pela Walden Media, sendo o outro o fraquinho "Os Seis Signos da Luz".

A despeito da péssima dublagem em português, o filme é fofíssimo. O monstrinho Crusoé é carismático desde o começo e, quando precisa mudar seu gênio, consegue assustar no ato final da película. A história não traz nada demais, porém tem sucesso com a delicadeza investida pelo diretor Jay Russell na leitura feita do roteiro. A trama é simples e previsível, mas o carisma do pequeno Alex Etel e a harmonia com os efeitos visuais tornam o filme um bom exemplar de fantasia infantil.

A trama não complica quando precisa investir em fatos históricos para ambientar o enredo, não deslocando o público infantil de um bom entendimento. A amizade entre Angus e Crusoé é magnífica, superando a idéia de bichinho de estimação que temos. Os dois vivem desde o momento em que Crusoé nasce de uma forma ímpar, com curiosidade e magia. Quando Crusoé cresce, fica difícil o convívio, e precisa ir para o Lago Ness para poder viver em paz. Entretanto, o carinho que o monstro tem por Angus é enorme e em nenhum momento soa forçado.

Os efeitos visuais são ricos e detalhistas. Em nenhum momento Crusoé perde veracidade. Atrapalhado e divertidíssimo quando bebê, o monstro se tranforma em uma fortaleza quando cresce, e nem por isso perde a graciosidade. As cenas aquáticas são bem conduzidas, mesmo que a reprodução líquida do ambiente perca qualidade pela artificialidade. De qualquer forma, o filme visualmente não deixa nada a desejar, sabendo muito bem o que fazer do começo ao fim, além da cuidadosa mão de Russell para não deixar a peteca cair.

Sinceramente me deu vontade de ver uma seqüência, mas pela cronologia do filme é impossível. Talvez até a magia desse filme se perdesse em uma segunda produção descuidada. Mas a sensação que dá é que a imaginação e a inocência infantil continua até mesmo nos mais velhos. É um filme que é bobo quando tem que ser e fala sério quando precisa solucionar os conflitos. Não é uma obra prima nem um filme imperdível, mas tem qualidade e é cativante.


A Pele (2006)

Foi no curso de Jornalismo que eu descobri a paixão pela Fotografia. Não aquela fotografia convencional que se tira em festas ou em roda com amigos, sorrindo e posando, mas um tipo de foto mais autoral, que explore ambientes e pessoas. Fotografia artística, vamos dizer. A arte em uma foto pode ser expressa de diferentes formas. É que nem sorvete: posso gostar do de chocolate e você não. Fotografia também é assim. Existem imagens que só eu sei o que quero expressar e o público pode não encontrar nada de arte nela.

Foi nessa paixão de disciplinas de Fotografia 1, Fotojornalismo, estágio no Núcleo de Fotografia e monitoria que eu alimentei uma admiração sem limites por Diane Arbus. Altamente expressionista, ela é uma pecadora. Ela provoca em cada fotografia de uma forma estranha, levantando o questionamento do porque queremos continuar observando aquela imagem. Quando soube que uma "cinebiografia" sobre ela seria feita, quase morro de felicidade. A coisa me deu mais espectativas ainda quando eu soube que seria minha diva Nicole Kidman a dar vida a minha musa das fotografias freaks.

"A Pele" foi um filme que não vi no cinema por falta de tempo, e só vi muito tempo depois que saiu em DVD. Não é um filme para ser apreciado por qualquer um. Não por ser difícil, muito pelo contrário, mas por conter certos traços da personalidade de Diane ("Dee-ane, not Di-ane") que podem não ser aproveitadas por um espectador que não conheça a vida dela. As mais de duas horas de projeção traçam apenas uma parcela do que foi a vida fotográfica de Diane, não se comprometendo em ser aquilo um fato, por isso que aspeei cinebiografia no parágrafo anterior. E as coisas começam a ser interessantes daí.

Diane é posta no filme como uma mulher aparentemente feliz, que ajuda o marido a tirar fotos e não tem ambições particulares. Na realidade, foi com Allan Arbus que Diane criou a paixão pela fotografia, muito antes de tirá-las. Ela o auxiliava em seus trabalhos com moda e ficava só nisso. Em uma das cenas, Diane é bombardeada com perguntas sobre quem ela é e o que faz exatamente trabalhando com o marido. Ela lacrimeja e pede licença, sem resposta. É aí que começa o mote para um novo olhar da protagonista. Ela não sabe quem ela é internamente, chegando a declarar para o dedicado Allan que se sente uma completa estranha.

Os mínimos detalhes com que Kidman constrói Diane serão perceptíveis para quem conhece um pouco da vida da fotógrafa. Diane era introspectiva, talvez por isso tenha criado uma obsessão em retratar personagens reais que criassem interesse direto no público. A relação tratada no filme, quando Diane se atrai pelo vizinho misterioso, é apenas um argumento para justificar o porquê de ela começar a fotografar, principalmente fotografar pessoas "estranhas". Uma das mais belas fotos
de Diane na minha opinião é a de um menino no parque segurando uma granada nas mãos. Ela gostava de situações não convencionais ou que significassem alguma coisa para o objeto, para ela e para o público. Era como se quando ela fotografasse alguém estranho, ela tivesse se colocando naquela situação.

No filme, ela se encanta com o mistério de Lionel, que tem um problema genético de hipertricose. A relação entre os dois se desenvolve de maneira detalhada, um invadindo o espaço do outro para poderem se comunicar. Diane chega a dizer que ela se interessa em tirar um retrato dele porque a doença de Lionel a assusta, mas a faz gostar dele. Esse paradoxo é um excelente ponto abordado pelo roteiro, que justifica de uma forma objetiva o prazer que Diane tinha em fotografar seus objetos. No filme, ela conhece pessoas "anormais" e sente que sua vida é diferente perto delas; como se fosse melhor. Diane abdica de momentos com a família e causa prejuízos a ela.

O mais importante da relação com Lionel é que ele a incentivou a fotografar. É tanto que no começo do filme e no final, eles fazem uma ponte de Diane criando uma lista do que queria fotografar (albinos, etc..) e mostra-a chegando a um recinto de nudismo. Para quem conhece as fotos dela, sabe que várias foram tiradas de pessoas nuas, e no final vemos que Diane tem a preocupação de não escolher aleatoriamente os objetos. Ela chega para uma mulher nua e diz que antes de fotografá-la, quer que ela conte algum segredo. É como se assim ela afinasse o perfil do objeto e descobrisse o prazer em fazer um retrato dele. Os retratos que Diane conseguiu durante a vida, seja de travestis ou de gigantes, demonstram a capacidade que ela tinha em se tornar humana, até quando não tinha motivos para ser.

Por esses detalhes que "A Pele" tem seu mérito e merece ser apreciado por quem gosta de arte. Claro que os aspectos técnicos não decepcionam, contando com uma direção delicada com planos belíssimos, além de uma trilha sonora eficaz. As atuações estão absolutas. Nicole Kidman sai da Virgínia Woolf de "As Horas" e entra em Arbus com o mistério que ela tem até hoje. Robert Downey Jr. tem uma performance inigualável e certamente seria redundância dizer que ele é um bom ator. Por tanto detalhismo que eu até compreendo se saírem por aí dizendo que o filme é ruim. Entretanto, por conhecer e admirar Diane Arbus, eu considero uma obra imperdível.

[Spoiler] Não sou de comentar muito sobre cenas importantes para o desenrolar do filme, mas o momento em que Lionel vai com Diane até a praia e entra no mar para nadar, me veio um sentimento de que foi uma 'homenagem' ao suicídio de Diane na vida real. Ela se suicidou em 1971, tomanto barbitúricos e cortando os pulsos. Não sei muito da morte dela, mas acho que para uma fotógrafa que estava virando uma das mais importantes do mundo, a solidão e a incapacidade de viver a tristeza podem ter sido os principais motivos do suicídio. Vi muito desse questionamento da morte dela nessa cena com Lionel, principalmente ela também entrando na água, como que desejasse ir com ele. Me deu a sensação de acumulação, como se ela já julgasse que um dia acabaria daquele jeito.

Heath Ledger (1979 - 2008)

É irônico. Basta alguém morrer para vários fãs anônimos aparecerem se apiedando do ocorrido ou derramando pseudo lágrimas. Heath Ledger não foi só "O Segredo de Brokeback Mountain" nem era um somente um rosto bonitinho. Ainda estou profundamente abatido com a notícia, visto que sempre nutri por ele uma admiração singular. Certamente era um dos atores mais queridos e de maior talento dessa nova safra, com muita coisa ainda para aprender e proporcionar aos cinéfilos.

Como se 2007 não tivesse se contentado em levar diversos artistas queridos para o andar de cima, 2008 começa com a mesma maldição. Primeiro Luiz Carlos Tourinho, depois o Heath. Sinceramente eu não entendo a sabedoria divina. Na realidade não quero fazer desse texto um post de lamento. Queria mesmo registrar o quanto a perda do Heath foi avassaladora para muitas pessoas, principalmente para mim. Os astros de Hollywood são tão distantes de nós, mas quando acontecem certos fatos conseguimos estar tão próximos que parece até um parente da gente.

Meu dia ontem foi péssimo. Não só pelo Heath, mas principalmente por ele. Eu estava no cinema assistindo a "O Suspeito" quando meu chefe me ligou dando a notícia. Acho que o Iguatemi em peso ouviu meu palavrão de desespero. Depois ainda tive que aturar o final do filme que eu estava assistindo, que é com o Jake Gyllenhaal, que fez par com o Heath em Brokeback. Não parava de pensar e a angústia por mais informações me tomava. Quando chego em casa, hipóteses de overdose, suicídio e até de que seria uma campanha de marketing para promover o próximo filme do Batman estavam sendo especulados.

Tudo é possível, mas não acredito que Heath fosse um descontrolado e infeliz para se suicidar, muito menos que ele se envolveria em uma campanha ridícula para promover um filme. Ainda mais com a participação da família. Por sinal, antes fosse uma estratégia de marketing, pelo menos ele poderia continuar sua carreira. Só sei que estou devastado com a impossibilidade de um ator (um excelente ator) tão novo ter sido levado assim, do nada.De uma pessoa extremamente discreta, de um talento ímpar e um futuro brilhante ter sumido. Os filmes ficam, mas estar presente não é só isso. Estar presente é dar a certeza ao público de que ele voltará em breve em mais algum filme.

Como eu comentei na comunidade do CCR no Orkut, espero que muito em breve inventem um remédio qualquer para trazer de volta nomes como o Heath, Marlon Brando, James Dean, Natalie Wood, Tourinho, Nair Bello, e por aí vai. Só assim mesmo para curar essas dores que a gente sente.

R.I.P.

Eu Sou a Lenda (2007)

Estava eu em mais uma sexta-feira de estréias no UCI e, após determinações, eu iria fazer a crítica de "Os Seis Signos da Luz", um filme de fantasia na linha de "Harry Potter". Entretanto, às 16h30 subo eu para a sessão e adivinhem! Foi cancelada. Assim, sem mais nem menos, porque não haviam testado a película antes para ver se estava ok, e o filme foi cancelado naquele dia justamente porque nem eles sabiam se o problema era na cópia ou no projetor. Diego se estressa um pouco, não pela vontade de ver o filme, mas porque o CCR ia ficar sem crítica dele.

De qualquer forma, a moça super simpática (nessas horas todo mundo fica simpático e atencioso com o cliente) pergunta se teria outro filme que eu queria ver. "É né?", eu respondo. Como duas amigas iam ver "Eu Sou a Lenda" de 16h50, troco para essa sessão. Lá fui eu assistir ao filme do Will Smith, que o fez até vir ao Brasil para ser um estouro em bilheteria. Beleza. Trailers ótimos, incluindo de "Speed Racer" (Susan Sarandon!! *grita*) e "Batman - O Cavaleiro das Trevas". Aí o filme começa. Ao meu lado, senta um pessoal que devia ser a primeira vez que ia ao cinema. Tiraram fotos e conversaram bastante. Ok.

O filme começa e eu até decido prestar mesmo atenção. Sou do tipo que quando planeja algo, gosta de fazer aquele algo. Se fica impossível de fazer, eu prefiro não fazer nada mais. Fico com uma vibe de insatisfação e inabilidade de substituir o que não foi feito. No caso, eu fui para ver o outro filme e teria ficado p* em estar vendo outro no lugar. Mas mesmo assim, pela badalação do filme eu fiquei receptivo.

"Eu Sou a Lenda" não é ruim, mas também não é isso tudo que estão dizendo. Sei lá, acho que faltou sal mesmo. Até o segundo ato do filme a maioria das coisas é interessante, mas depois ele se perde. Will Smith foi competente o bastante para segurar o filme todo nas costas e protagonizou cenas realmente perturbadoras (vide a primeira aparição dos vampiros). Mas e aí? O filme segue um caminho totalmente inútil. O personagem de Smith fica tão acessível ao público que o desfecho criado para ele fica sem noção e ainda é pseudo-sustentado pelo personagem de Alice Braga. Ela é talentosíssima, mas o roteiro a coloca em um papel pouco crível.

Outra: que vampiroszinhos sem futuro hein? Gente, por favor. Não é porque a computação gráfica está avançada que tudo deve ser feito com ela. Tecnologia ainda não é sinônimo de perfeição e seria muito mais adequado maquiar atores reais para ter um resultado melhor. Em contrapartida, vários efeitos e nuances que são adotados são eficazes, e a relação de Smith com a cadelinha Sam e o desgaste psicológico dele causado pela solidão são bem empregados. Pena que quando um roteiro não sabe como terminar uma história se apóie em estratégias desesperadoras.

Esse vai ser mais um filme que metade das pessoas vai gostar e a outra metade vai achar descartável. Não vá esperando muita coisa não! Ao fim da sessão, escutei um comentário vindo da poltrona da frente: "que merda, cara!" Pois é, cara!

Rapadura do Ano 2008 - ANTES

A segunda edição do Rapadura do Ano feita pelo CCR mais uma vez me deixou inquieto. Vamos entender como acontece a escolha dos candidatos. O CCR tem XX números de componentes, cada um com gostos diferentes, mas que acabam se afinando em um ou outro filme. Parece até um BBB (adoro!), aqueles que conseguem se unir para escolher os candidatos determinam os que disputarão a vitória. Quem está em desvantagem é obrigado a se juntar com outras pessoas para tentar ter direito de voz. Assim também é nas grandes premiações do Cinema, a diferença é que o número de jurados é bem maior e, assim, é mais difícil ocorrer "coincidência" nos votos.

Dando uma conferida geral nos candidatos, a primeira coisa que eu percebi foi que tem muita testosterona nessa disputa. "O Ultimato Bourne", "300", "Zodíaco"... Já já vão abolir a categoria de Melhor Atriz por ser contra as leis masculinas confessar o talento de uma mulher em um filme. Depois dizem que não são machistas. Quanta virilidade! E não duvido nada que boa parte do público goste dos indicados e desmereça produções que não têm tanto burburinho por causa dos blockbusters. Para mim, se há desmerecimento seja dos votantes ou do público, a premiação acaba entrando em um péssimo conceito. Filme de arte então, nunca poderá estar em Melhor Filme, por exemplo.

A premiação do CCR elege dois vencedores: um entre o público e outro entre os Redatores do site. De qualquer forma, vou comentar por cima o que eu achei dos indicados. As categorias de variedade para mim tanto faz quem ganhe.. mas as últimas (melhor filme, ator, diretor..) me preocupam bastante. Não vou dizer em quem eu vou votar para eleger o vencedor entre os Rapaduras para não comprometer alguma coisa, mas pretendo deixar claro o que eu penso.

1. Por que Deus não me quer?
Xuxa
Renato Aragão
Sylvester Stallone
Peter O'toole
Jon Voight

Comentários: O prêmio deveria ser dividido para os cinco. Help!

2. Pior Vilão
Sr. Turner (Paranóia)
Zodíaco (Zodíaco)
Jigsaw (Jogos Mortais 4)
Dolores Umbridge (Harry Potter 5)
John Ryder (A Morte Pede Carona)

Comentários: Jigsaw já morreu e Zodíaco praticamente é inexistente. Michelle Pfeiffer interpretou duas vilãs excelentes em "Stardust" e "Hairspray". Além disso, cadê a repudiável e arrogante Sra. Coulter de "A Bússola de Ouro"? Essa dói.

3. Melhor Cochilo
Possuídos
O Vidente
A Estranha Perfeita
Os Donos da Noite
Minha Mãe Quer Que eu Case

Comentários:
O prêmio deveria ser dividido para os cinco. [2]

4. Dentre os Piores, Sois o Pior
Norbit
Possuídos
Turistas
Deu a Louca em Hollwyood
Xuxa em Sonho de Menina

Comentários:
O prêmio deveria ser dividido para os cinco. [3]

5. Pra que isso? (Continuação Inútil)
Luzes do Além
A Hora do Rush 3
A Volta do Todo Poderoso
Resident Evil 3
Hannibal - A Origem do Mal

Comentários: É aquela categoria que poderia ter mais de cinco indicados. Esqueceram de "Quarteto Fantástico 2" e "13 Homens e um Novo Segredo"!

6. Apanhou Feio
Rocky Balboa (Rocky Balboa)
John McClane (Duro de Matar 4)
Harry Osborn (Homem Aranha 3)
Capitão Fábio (Tropa de Elite)
Grendell (A Lenda de Beowulf)

Comentários: Olhaí quanta testosterona! As coisas estão começando... Cadê os ursos de "A Bússola de Ouro"? Ragnar perde a mandíbula, brother.

7. Pior Tradução de Título
Ela é a Poderosa (Georgia Rule)
Minha Mãe Quer Que eu Case (Because I Said So)
Possuídos (Bug)
Deu a Louca em Hollywood (Epic Movie)
Putz! A Coisa Tá Feia (The Ugly Duckling and Me)

Comentários:
É aquela categoria que poderia ter mais de cinco indicados. [2] Já deu para perceber que ninguém gostou de "Possuídos"?

8. Filme que você sabe que é ruim mesmo sem ter visto
O Magnata
Bratz - O Filme
Operação Limpeza
Alex Rider Contra o Tempo
Xuxa em Sonho de Menina

Comentários: Engraçado... quando eu fui indicar os cinco, eu coloquei exatamente esses, nessa MESMA ordem. Será que todos pensaram como eu? Ou foi só uma categoria onde meus indicados realmente participaram para, nas mais pesadas como Melhor Filme, os meus indicados irem por água abaixo? Who knows?

9. Inutilidade do Ano
Toda a polêmica em cima de "Turistas".
Lindsay Lohan sendo internada 800 vezes no AA.
Paris Hilton é presa.
Britney Spears raspa cabelo, cheira, fuma, bebe, se interna e etc.
Gsto obsceno de Courtney Love faz Paris Hilton chorar.

Comentários: Eita escolha difícil... rs

10. Melhor Cena de Efeitos Especiais
Lêonidas correndo e matando guerreiros persas, sem cortes (300)
Batalha de Dumbledore vs. Voldemort (Harry Potter 5)
Jack Sparrow contra Davy Jones no mastro do navio (Piratas do Caribe 3)
Perseguição do jato ao caminhão (Duro de Matar 4.0)
Decepticons vs. Autobots na cidade (Transformers)

Comentários: Ca-ham. Não estou defendendo "A Bússola de Ouro", mas onde diabos está a luta fantástica entre os dois ursos? ¬¬ Essa eu dou um doce para quem acertar quem vai ser escolhido. Fãs de Harry Potter, preparem-se para chorar. Meninos geralmente gostam de carros né? Qualquer coisinha já ficam babados. ohmilord.

11. Entregou foi tudo (trailer que entrega o filme)
Encantada
A Volta do Todo Poderoso
Quarteto Fantástico 2
Os Simpsons - O Filme
Shrek Terceiro

Comentários: Não concordo com Shrek. O resto, pode jogar no lixo.

12. Melhor Filme Estrangeiro
Saneamento Básico - O Filme
Tropa de Elite
Não Por Acaso
O Cheiro do Ralo
Cidade dos Homens

Comentários: O céu de Suely ficou nublado, pobre coitada. "Cidade dos Homens"? Hum... Wow! Surpresa foi conseguir eleger meus favoritos: "Saneamento Básico" e "Não Por Acaso".. mas algo me passa pela cabeça que vão pedir pra sair! Alguém ainda aguenta "Tropa de Elite"? pff..

13. Propaganda Enganosa (filme vendido errado)
1408
Número 23
Ela é a Poderosa
A Loja Mágica de Brinquedos
Ligeiramente Grávidos

Comentários: De onde "Ligeiramente Grávidos" foi vendido errado? Sempre foi um casal que engravida acidentalmente e passa a conviver com a idéia de serem pais. Senti falta do nosso odiado "Possuídos". Pelo nome, você pensa em algo sobre possessão, mas não. É um bando de idiota achando que tá contaminado por insetos.. ¬¬ Eita Hollywood ...

14. Melhor Seriado para ser adaptado ao cinema
Dexter
Grey's Anatomy
Heroes
Família Soprano
Ugly Betty

Comentários: Desde o ano passado eu voto em "Supernatural" e nunca ganha espaço. Ano passado "Heroes" ganhou, não concordo com uma reeleição.

15. Pois num é que é bom (filme que você não esperava nada e é bom)
Paranóia
Morte no Funeral
Ligeiramente Grávidos
Ela é a Poderosa
Um Verão Para Toda a Vida

Comentários: E é porque "Ligeiramente Grávidos" foi vendido errado... Não entendi a aparição de "Um Verão Para Toda a Vida".. nem chegou em Fortaleza.. Os Rapaduras estão aderindo à pirataria e baixando filmes? :O

16. Melhor Animação
Rataouille
Bee Movie
Shrek Terceiro
Tá Dando Onda
Os Simpsons - O Filme

Comentários: Sou da metade que teria colocado "A Lenda de Beowulf" no lugar de "Os Simpsons" ou "Bee Movie".

A PARTIR DAQUI AS COISAS COMEÇAM A ME REVOLTAR:

Melhor Canção
You Can't Stop The Beat (Hairspray)
And I am Telling You (Dreamgirls)
It's All Over (Dreamgirls)
Gonna Fly Now (Rocky Balboa)
Pop! Goes My Heart (Letra e Música)

Comentários: Se a maioria tem votado em coisas-testosterona, será que "Gonna Fly Now" tem chance de ganhar? E wow. Logo a pior música de "Letra e Música"? Preferia "Way Back Into Love". E putz, só uma indicação para "Hairspray"? Merecia no mínimo 3. Pelo menos eu concordo com as de "Dreamgirls".

Melhor Trilha Sonora
300
Hairspray
Harry Potter 5
Piaf - Um Hino ao Amor
Dreamgirls

Comentários: FINALMENTE PIAF!! E claro, tinha quer "300"... ¬¬

Melhor Diretor
Paul Greengrass (O Ultimato Bourne)
Tony Gilroy (Conduta de Risco)
Zack Snyder (300)
Richard Eyre (Notas Sobre um Escândalo)
Clint Eastwood (Cartas de Iwo Jima)

Comentários: Eu fico pensando o quanto deve ter sido difícil incluir o Richard Eyre em um filme particularmente feminista. Fico tão agradecido por esse pseudo reconhecimento de alguns Rapaduras. Agora Olivier Dahan por "Piaf" e Iñarritu por "Babel" são ignorados.. hum... e pedem pra eu aceitar! ¬¬ Never.

Melhor Atriz
Marion Cotillard (Piaf)
Claire Danes (Stardust)
Kate Winslet (Pecados Íntimos)
Jennifer Hudson (Dreamgirls)
Cate Blanchett (Notas Sobre um Escândalo)

Comentários: Pelo amor de Deus, o que a Claire Danes tá fazendo ali? ¬¬ Adoro Claire.. mas não!

Melhor Ator
George Clooney (Conduta de Risco)
Wagner Moura (Tropa de Elite)
John Travolta (Hairspray)
Johnny Depp (Piratas do Caribe 3)
Gerard Butler (300)

Comentários: Não entendo a necessidade de "300" estar nas categorias principais... whatever. Quando eu for votar nessa categoria, ou eu perco meu voto escolhendo um acolá, ou perco meu voto escolhendo outro drama acolá. Na realidade eu perco meu voto porque eu já suponho o resultado. This is Testosterona!!!!

Melhor Filme
300
Conduta de Risco
O Ultimato Bourne
Tropa de Elite
Zodíaco

Comentários: Achei a categoria mais engraçada. Só tem um que eu votaria, e para mim nem tá entre os 10 melhores de 2007. Nada de "Piaf" ou "Hairspray"... Nada de filme de arte.. Só filme com grito, explosão, mocinhos e vilões estereotipados... Filmes até que são bons sim, mas que não representam bem os melhores do ano. Cinco indicados que acabam mostrando um perfil do Cinema com Rapadura que ele não é por completo, que generaliza um gosto especial que nem todos têm. Mas é isso aí. Creio que a maioria dos votantes irão penar para decidir entre os cinco filmes que taaaanto amam. E mais um voto que eu perco! \o/

Globo de Ouro 2008 - DEPOIS

Uma felicidade imensa toma conta do meu peito. Tudo bem que errei algumas apostas do post anterior, mas ver "Desejo e Reparação" reconhecido como Melhor Filme, desbancando dois favoritos ao prêmio me fez dar pulinhos de emoção! Confira abaixo a lista:

Melhor Filme - Drama: Desejo e Reparação
Minha aposta foi em: Sangue Negro

Melhor Filme - Comédia ou Musical: Sweeney Todd
Minha aposta foi em: Sweeney Todd

Melhor Diretor: Julian Schnabel - O Escafandro e a Borboleta
Minha aposta foi em: Joe Wright - Desejo e Reparação

Melhor Atriz - Drama: Julie Christie - Longe Dela
Minha aposta foi em: Cate Blanchett - Elizabeth: A Era do Ouro

Melhor Atriz - Comédia ou Musical: Marion Cotillard - Piaf Um Hino ao Amor
Minha aposta foi em:
Marion Cotillard - Piaf Um Hino ao Amor

Melhor Ator - Drama: Daniel Day-Lewis - Sangue Negro
Minha aposta foi em:
Daniel Day-Lewis - Sangue Negro

Melhor Ator - Comédia ou Musical: Johnny Depp - Sweeney Todd
Minha aposta foi em:
Johnny Depp - Sweeney Todd

Melhor Atriz Coadjuvante: Cate Blanchett - I'm Not There
Minha aposta foi em:
Cate Blanchett - I'm Not There

Melhor Ator Coadjuvante: Javier Bardem - Onde os Fracos Não Têm Vez
Minha aposta foi em:
Javier Bardem - Onde os Fracos Não Têm Vez

Melhor Roteiro: Onde os Fracos Não Têm Vez
Minha aposta foi em: Juno

Melhor Filme em Língua Estrangeira: O Escafandro e a Borboleta
Minha aposta foi em: 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias

Melhor Animação: Ratatouille
Minha aposta foi em: Ratatouille

Melhor Canção: Guaranteed - Na Natureza Selvagem
Minha aposta foi em: Despedida - O Amor nos Tempos do Cólera

Melhor Trilha Sonora: Desejo e Reparação (yes!)
Minha aposta foi em: Desejo e Reparação

Só sei que feliz estou.

Globo de Ouro 2008 - ANTES

Cego em tiroteio. É assim que estou me sentindo ao escrever este post. Logo explico. Globo de Ouro vem aí com sua suavidade e maneirismos de homenagear o cinema e a tevê. Como a cerimônia foi cancelado devido a greve dos roteiristas, decidi registrar aqui algumas impressões sobre os indicados e possíveis vencedores, que serão anunciados em coletiva de imprensa amanhã.

A primeira observação que eu preciso que vocês entendam é que fica difícil adivinhar quem vai vencer em cada categoria, visto que a maioria dos filmes ainda nem estreou no Brasil. Por mais que seja mais fácil supor quem os jurados do G.O. possam escolher, não vou me atrever a adivinhar. Preferi comentar cada categoria e seus indicados e fazer uma aposta sem compromisso. Então se eu errar, não vão me julgar mal, héin? Espero que para o Oscar a maioria dos filmes já tenham chegado e eu possa fazer apostas mais seguras.

Vamos lá:

Melhor Filme - Drama
Desejo e Reparação
Conduta de Risco
Sangue Negro
The Great Debaters
Senhores do Crime
Onde os Fracos Não Têm Vez
O Gângster

Comentários: Um exagero. Sete indicados a uma categoria. Tudo bem que rola reconhecimento pela parte dos jurados, mas fica mais difícil ainda prever quem pode se destacar. O campeão em nomeações, "Desejo e Reparação", parece mesmo ter conquistado os jurados do G.O. Entretanto, prefiro arriscar que "Sangue Negro" e "Onde os Fracos Não Têm Vez" sejam os mais fortes. "O Gângster" não me atrai, apesar das críticas positivas, enquanto "Senhores do Crime" foi até uma surpresa ter conseguido ser indicado.

Aposta: Sangue Negro

Melhor Filme - Comédia ou Musical
Across the Universe
Jogos do Poder
Haispray
Juno
Sweeney Todd

Comentários: A primeira incompreensão é de "Jogos do Poder" nessa categoria. Até onde eu estava sabendo ele é muito mais drama do que comédia. Mas a inclusão desse filme nessa categoria pode ser uma possível alternativa de garantir uma estatueta, mesmo "fora" do gênero. "Juno" foi um que surpreendeu com o alcance que teve. Estreou em poucas salas e, depois das indicações, ganhou um público alarmante. Talvez seja o azarão da premiação, assim como "Pequena Miss Sunshine" foi ano passado. Senti falta mesmo de "Piaf - Um Hino ao Amor" nessa categoria, ao invés de "Across the Universe", que eu não vi, mas acho que não tem gabarito para ser indicado. "Hairspray" e "Sweeney Todd" são meus favoritos.

Aposta: Sweeney Todd

Melhor Diretor
Tim Burton - Sweeney Todd
Ethan e Joel Coen - Onde os Fracos Não Têm Vez
Ridley Scott - O Gângster
Joe Wright - Desejo e Reparação
Julian Schnabel - O Escafandro e a Borboleta

Comentários: Onde está Paul Thomas Anderson por "Sangue Negro"? A surpresa mesmo foi Julian Schanbel e a co-produção França/EUA de "O Escafandro e a Borboleta". Isso pode indicar uma leve tendência a uma vitória, já que o filme foi indicado também a Melhor Filme Estrangeiro. Acredito que Tim Burton teria todas as chances, mas não será dessa vez. Joe Wright pode ser recompensado por ter gerado sete indicações de "Desejo e Reparação", e isso não pode passar despercebido, já que seu trabalho foi fantástico. Os irmãos Coen têm um currículum recheado de produções bem comentadas, do mesmo jeito que Ridley Scott. Então será mais uma categoria suada e, quem vencer, poderá exibir a estatueta com muito mais honra do que o de costume.

Aposta: Joe Wright - Desejo e Reparação

Melhor Atriz - Drama
Cate Blanchett - Elizabeth: A Era de Ouro
Julie Christie - Longe Dela
Keira Knightley - Desejo e Reparação
Angelina Jolie - O Preço da Coragem
Jodie Foster - Valente

Comentários: Cinco atrizes cujos trabalhos foram bem comentados desde as primeiras exibições dos respectivos filmes. O azarão da categoria pode ser Julie Christie, que tem as chances de roubar as atenções de Cate Blanchett ou Keira Knightley. Blanchett já fez história com o longa anterior onde interpretou Elizabeth, e Knightley foi indicada sem sucesso por "Orgulho e Preconceito". Ou os jurados consolidam o talento inquestionável de Blanchett ou reconhecem as boas participações dramáticas que Knightley tem feito. Jolie e Foster devem apenas enfeitar a premiação.

Aposta: Cate Blanchett - Elizabeth: A Era de Ouro

Melhor Atriz - Comédia ou Musical
Amy Adams - Encantada
Nikki Blonsky - Hairspray
Helena Bonham Carter - Sweeney Todd
Ellen Page - Juno
Marion Cotillard - Piaf Um Hino ao Amor

Comentários: Indiscutivelmente Marion Cotillard. Se não for reconhecido o talento dela, pode-se considerar que o Globo de Ouro está começando a se corromper tanto quanto o Oscar. Nikki Blonsky e Amy Adams fazem bonito na telona, mas ainda têm muito a aprender. Helena Bonham Carter ou Ellen Page podem azarar Cotillard, mas continuo irredutível.

Aposta: Marion Cotillard - Piaf Um Hino ao Amor

Melhor Ator - Drama
George Clooney - Conduta de Risco
Daniel Day-Lewis - Sangue Negro
James McAvoy - Desejo e Reparação
Viggo Mortensen - Senhores do Crime
Denzel Washington - O Gângster

Comentários: Categoria improvável. Cinco atuações bem conceituadas. Apesar de admirador de George Clooney e de ter achado fantástica a atuação em "Conduta de Risco", creio que ele seja o que menos tem chances da lista. Daniel Day-Lewis e Viggo Mortensen já foram condecorados por sindicatos por ambas as atuações, e devem se tornar preferência dos jurados. O azarão pode ser Denzel Washington e sua carreira de sucesso.

Aposta: Daniel Day-Lewis - Sangue Negro

Melhor Ator - Comédia ou Musical
Johnny Depp - Sweeney Todd
Ryan Goslin - Lars and the Real Girl
Phillip Seymour Hoffman - The Savages
Tom Hanks - Jogos do Poder
John C. Reilly - Walk Hard

Comentários: Ryan Goslin não se expõe em qualquer papel que lhe é oferecido e tem acertado nos últimos anos. Caso vença, é por reconhecimento. John C. Reilly e Tom Hanks, por mais que tenham recebido críticas positivas, não devem tomar o que será de Johnny Depp ou Phillip Seymour Hoffman. Depp tem a vantagem de estar em um musical bem conceituado, enquanto Hoffman encara uma comédia. Talvez pela versatilidade e por ter passado por Tim Burton, seja mais fácil a escolha.

Aposta: Johnny Depp - Sweeney Todd

Melhor Atriz Coadjuvante
Cate Blanchett - I'm Not There
Julia Roberts - Jogos do Poder
Saoirse Ronan - Desejo e Reparação
Amy Ryan - Medo da Verdade
Tilda Swinton - Conduta de Risco

Comentários: Torço por uma dobradinha de Cate Blanchett, apesar de ter ciência que Julia Roberts pode comandar a categoria. Como "I'm Not There" não conseguiu se sobressair neste Globo de Ouro, creio que essa indicação (e consequente vitória) pode ser a que vai exaltar o longa. Amy Ryan foi uma vencedora ao conseguir a indicação após estrelar "Medo da Verdade", que surpreendeu a todos pela qualidade, principalmente do tato de Ben Affleck na direção. Tilda Swinton é uma atriz excelente e, não fosse a pouca participação em "Conduta de Risco", poderia ser a favorita. Saoirse Ronan e sua performance incrível em "Desejo e Reparação" pode ser a "azarã".

Aposta: Cate Blanchett - I'm Not There

Melhor Ator Coadjuvante
Casey Affleck - O Assassinato de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford
Javier Barden - Onde os Fracos Não Têm Vez
Phillip Seymour Hoffman - Jogos do Poder
John Travolta - Hairspray
Tom Wilkinson - Conduta de Risco

Comentários: Esta categoria está mais light do que as outras. Queria muito que John Travolta fosse premiado pela excelente participação em "Hairspray", mas acho que não será dessa vez. Tom Wilkinson e Phillip S. Hoffman são grandes nomes, mas a disputa deve ficar entre Casey Affleck, que conseguiu crescer do dia pra noite na indústria cinematográfica, e Javier Barden, um monstro do cinema.

Aposta: Javier Barden - Onde os Fracos Não Têm Vez

Melhor Roteiro
Desejo e Reparação
Jogos do Poder
O Escafandro e a Borboleta
Juno
Onde os Fracos Não Têm Vez

Comentários: São cinco candidatos que, como dito anteriormente, podem não vencer na categoria de Melhor Filme e se destacar apenas em roteiro. Sendo quem são, os irmãos Coen levam vantagem, mas devem engolir a sapiência de "Juno" ou do badalado "Desejo e Reparação".

Aposta: Juno

Melhor Filme em Língua Estrangeira
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias (Romênia)
O Escafandro e a Borboleta (França/Eua)
O Caçador de Pipas (EUA)
Lust, Caution (Taiwan)
Persepolis (França)

Comentários: Foram os cinco filmes mais comentados de todos os festivais de 2007. "Persepolis" foi um arrastão de crítica, sendo cotado até para estar entre a categoria de Melhor Filme no Globo de Ouro ou no Oscar, bem como tem sido feito com "Ratatoiulle", outra animação. "O Caçador de Pipas" parece não ter agradado muito e, por incrível que pareça, é o que menos tem chances. A disputa deve ficar entre "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" e "Lust, Caution". "O Escafandro e a Borboleta" pode levar como consolação, por ter sido indicado em várias outras categorias e não levado.

Aposta: 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias

Melhor Animação
Bee Movie
Ratatouille
Os Simpsons

Comentários: Indiscutível. Não por eu ter amado, mas pelos concorrentes serem fracos. Me fez falta "Tá Dando Onda" e "Shrek Terceiro".

Aposta: Rataouille

Melhor Canção
That's How You Know - Encantada
Grace is Gone - Grace is Gone
Guaranteed - Na Natureza Selvagem
Despedida - O Amor nos Tempos do Cólera
Walk Hard - Walk Hard

Comentários: É uma categoria que eu não gosto de comentar. Sou muito fácil para músicas e todas têm sua qualidade. Talvez pela dedicação feita em "O Amor nos Tempos do Cólera", dispute atenção com a canção de "Na Natureza Selvagem", que também estão concorrendo a Trilha Sonora. O azarão pode ser "Encantada", apesar de eu achar sonolenta.

Aposta: Despedida - O Amor nos Tempos do Cólera

Melhor Trilha Sonora
Desejo e Reparação
Senhores do Crime
Grace is Gone
Na Natureza Selvagem
O Caçador de Pipas

Comentários: O primeiro comentário é que só se destacaram dramas nas trilhas sonoras. E dramas difícieis de supor e comentar. Creio que Alberto Iglesias deve ter feito um trabalho fervoroso para "O Caçador de Pipas", devido a exigente sensibilidade de Marc Foster na condução da trama (vide "Em Busca da Terra do Nunca"). Particularmente, se "Desejo e Reparação" não sair vitorioso, me recuso a aceitar. Duvido que alguma outra trilha seja tão maravilhosa quanto esta.

Aposta: Desejo e Reparação

Amanhã conferimos o resultado e eu volto comentando.