Meu Monstro de Estimação (2007)

Alguém tem interesse em ver um filme com esse título? Aposto que não. É mais um lamentável título que pode afastar o público adulto e atrair somente as crianças. Mesmo assim, tive a curiosidade de assisti-lo devido a graciosidade do trailer. Bem acompanhado, a sessão estava repleta de crianças curiosas pela história e pais que, ainda hoje, me fazem questionar se estão ali só pelos filhos ou se buscam também uma diversão. Avançando no mercado propício para uma boa bilheteria, "Meu Monstro de Estimação" foi um dos dois filmes feitos para as férias escolares pela Walden Media, sendo o outro o fraquinho "Os Seis Signos da Luz".

A despeito da péssima dublagem em português, o filme é fofíssimo. O monstrinho Crusoé é carismático desde o começo e, quando precisa mudar seu gênio, consegue assustar no ato final da película. A história não traz nada demais, porém tem sucesso com a delicadeza investida pelo diretor Jay Russell na leitura feita do roteiro. A trama é simples e previsível, mas o carisma do pequeno Alex Etel e a harmonia com os efeitos visuais tornam o filme um bom exemplar de fantasia infantil.

A trama não complica quando precisa investir em fatos históricos para ambientar o enredo, não deslocando o público infantil de um bom entendimento. A amizade entre Angus e Crusoé é magnífica, superando a idéia de bichinho de estimação que temos. Os dois vivem desde o momento em que Crusoé nasce de uma forma ímpar, com curiosidade e magia. Quando Crusoé cresce, fica difícil o convívio, e precisa ir para o Lago Ness para poder viver em paz. Entretanto, o carinho que o monstro tem por Angus é enorme e em nenhum momento soa forçado.

Os efeitos visuais são ricos e detalhistas. Em nenhum momento Crusoé perde veracidade. Atrapalhado e divertidíssimo quando bebê, o monstro se tranforma em uma fortaleza quando cresce, e nem por isso perde a graciosidade. As cenas aquáticas são bem conduzidas, mesmo que a reprodução líquida do ambiente perca qualidade pela artificialidade. De qualquer forma, o filme visualmente não deixa nada a desejar, sabendo muito bem o que fazer do começo ao fim, além da cuidadosa mão de Russell para não deixar a peteca cair.

Sinceramente me deu vontade de ver uma seqüência, mas pela cronologia do filme é impossível. Talvez até a magia desse filme se perdesse em uma segunda produção descuidada. Mas a sensação que dá é que a imaginação e a inocência infantil continua até mesmo nos mais velhos. É um filme que é bobo quando tem que ser e fala sério quando precisa solucionar os conflitos. Não é uma obra prima nem um filme imperdível, mas tem qualidade e é cativante.


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