Cloverfield (2007)

"Cloverfield - Monstro". Alguém gosta desses subtítulos? Enfim, um dos filmes mais esperados pelos nerds e cinéfilos finalmente chegou. O marketing viral do longa se espalhou durante meses na mídia e o peso do nome de J.J. Abrams na produção fez do filme o primeiro lugar em bilheteria americana. Entretanto, na sua terceira semana de exibição, o longa ficou em nono em arrecadação. O sucesso foi imediato, mas não longevo. No Brasil, a sessão que eu fui tinha umas vinte pessoas, em uma sala que suporta mais umas 300 (this is spaaaaarta! ;x).

Os fanáticos fizeram questão de superestimar "Cloverfield" e a crítica internacional ajudou. Não que o filme seja ruim, mas não vale todos os elogios que recebem, o que me remete ao mesmo que aconteceu com "Juno". Este é uma comédia simples e divertida, mas não merecedora de ser indicada ao Oscar de Melhor Filme (e não foi falta de opção!). Enquanto "Juno" pecava pela normalidade da linguagem e colocava o peso do carisma para Ellen Page, "Cloverfield" traz um roteiro medíocre, mas com um formato cinematográfico relevante, mesmo que não seja novo. A idéia de trocas as câmeras por amadoras e fazer com que os personagens documentem o ataque de um monstro em NY (aham..!) é o que faz o filme ser ligeiramente interessante.

Abrams e o diretor Matt Reeves tornam o que é aparentemente impossível em uma coisa palpável. Não que os efeitos do monstro borrachudo e seus filhotinhos sejam verdadeiros, mas pelo fato de trazer aos personagens e a câmera sempre em mãos uma aproximação e veracidade daquilo. Logo no começo da história, quando não se espera um ataque, vemos primeiro a vida normal de um grupo de amigos. Depois eles escutam um estrondo ao fundo e só quando mais explosões começam a levar NY aos ares que eles, junto com o público, ficam sabendo o que está acontecendo. Reeves não cai no clichê de mostrar o monstro logo de cara, sendo realmente eficaz a forma com que ele aparece. Os gritos, os ataques e uma NY destruída ficam realmente possíveis no mundo contemporâneo.

O que o roteiro erra é ao encontrar nos personagens motivos para acontecer. Enquanto o galãzinho tem o irmão morto pelo monstro, ele procura uma moça por quem é apaixonado que está presa no apartamento. E claro, o apartamento fica na área em que o monstro está. A estratégia não funciona em nenhum momento, visto que não há identificação com o público, caindo em diálogos prontos e maneirismos de romances ultrapassados. Me desculpem os apaixonados, mas quem, em situação de ataque (seja de qual tipo for) vai deixar de evacuar para buscar uma paixonite em casa? Ainda: quem teria ajuda para realizar isso? Só louco (e não de amor!). A paixão funciona quando há um primeiro relacionamento consigo próprio, não com os outros.

E mais questionamentos me ocorrem em relação ao argumento do roteiro. Como seria possível uma câmera e suas imagens gravadas resistirem a um ataque nuclear? Sinceramente não acredito na possibilidade, o que acaba me convencendo de que foi uma média feita pelos realizadores para somente ganhar dinheiro. Claro que "Cloverfield" adiciona uma nova lógica de fazer filmes, como muitos outros fizeram durante a história do cinema, mas no que diz respeito a obra em si, não há destaque, muito menos motivo para ser ovacionado. Um filme penas bom no conceito, o resto a gente joga na boca do monstro.

1 comentários:

  Anônimo

11 de fevereiro de 2008 às 13:28

Tudo bom Diego.
COncordo contigo, esperava muito mais do filme. tenho um Blog no mesmo estilo do teu, da uma olhadinha lá para ver se voce concorda com o que eu falo sobre o filme.
http://alessandronocinema.blogspot.com/