The Broadway Melody (1929)

O ano era 1929 e "The Broadway Melody" estreava nos cinemas com o selo da Metro-Goldwyn-Meyer, ou como ficaria conhecida mais tarde, MGM. Como é definido na contracapa do DVD, é o primeiro filme totalmente falado, totalmente cantado e totalmente dançado. A inovação na linguagem do cinema e o advento da tecnologia do áudio fez com que "Broadway Melody" ou "Melodia da Broadway" marcasse a história do cinema e se consolidasse como inspirador na criação do gênero musical da indústria americana. O sucesso e a ousadia das roupas, das ações e dos conflitos renderam o Oscar de Melhor Filme, enquanto Harry Beaumont não conseguiu levar o de Melhor Diretor, perdendo para Frank Lloyd por "A Divina Dama".

Na época, a arrecadação de US$ 4 milhões foi o suficiente para transformá-lo em um grande sucesso. Até porque os ingressos custavam apenas 35 cents. Se formos fazer as contas, o público foi mesmo surpreendente. Hoje em dia com US$ 4 milhões não se consegue começar a pré-produção. Levando para as telas a idéia do mundo musical da Broadway, as desventuras da fama e do amor, da futilidade e do palpável, o filme conta a história de duas irmãs que sonham com o estrelato. As duas são belas, mas uma é mais do que a outra, apesar de menos talentosa. A irmã azarada interpretada por Bessie Love é encantadora, tanto que rendeu-lhe uma indicação ao Oscar. As atuações, com a intensidade típica do teatro, são marcantes. As canções, por mais que ocupem menos espaço na trama, são essenciais para o desenrolar da história. "You Were Meant For Me" já nasceu clássica.

O musical é encantador e gracioso. Apela para o drama, investe na comédia e tem números musicais bem construídos dentro de uma temática que continua atual. Fiquei pensando seriamente se fizessem mais um remake de "Broadway Melody" seria mais um sucesso, com a tecnologia que temos hoje em dia e os alto investimentos em cenários, figurinos e bons atores. Falo outro "remake" porque em 1940 lançaram "Two Girls on Broadway", além de três filmes baseados no original, em 1936, 38 e 40, além do em cores "Broadway Rhythm" de 1944. A diferença de dois anos teria feito Gene Kelly arrasar em mais um remake de 1942, mas o filme foi cancelado.

Na atual onda hollywoodiana de refilmar ou adaptar histórias, não me surpreenderia se daqui a alguns anos um novo "Broadway Melody" vier a ser feito. Até me passou alguns nomes para o elenco, como Naomi Watts ou Nicole Kidman no papel de Hank (apesar de serem mais velhas do que o papel original), e Scarlett Johansson no de Queenie. Para o galante Eddie me veio James Marsden ou Hugh Jackman, e o tio gago podia ser comicamente interpretado por Jim Broadbent. A direção? Baz Lurhmann! Ok, ok. Está quase um "Moulin Rouge 2", mas seria bem diferente. Outra sugestão é que o filme fosse feito em P&B mais uma vez, com uma maior preocupação em não estourar no branco, como acontece diversas vezes. Ou se mesmo ganhasse cores, Lurhmann saberia colorir as lacunas deixadas em 1929.

Destaque: "The Dogway Melody" é outro destaque do DVD. Particularmente eu não conhecia nenhuma produção, por mais curta que fosse, que tivesse usado animais nessa época. "The Dogway Melody" é estrelado por cachorros e pega a essência do filme original, sendo uma graça! Claro que atualmente se faz coisa bem melhor, mas o registro fica interessante para comparação e pela ousadia.

Consulta: Wikipédia, Webcine e IMDB.

3 comentários:

  Glauver Souza

6 de janeiro de 2008 às 18:25

Arrasou amigo!
Ficou muito bom seu comentário!
Parabéns!
xD~

  Gil Marcel Cordeiro

7 de janeiro de 2008 às 13:35

Rob Marshall seria outra escolha óbvia pra adaptar o musical, e talvez trouxesse uma versão mais 'polida' que Baz, para "The Broadway Melody" (eu sei, eu sei, dih, 'cê ainda prefere o Baz! rs)

Já "The Dogway Melogy" poderia ser dirigido por Raja Gosnell.. lóóógico, os fofinhos seriam tooodos digitais... aushauhsauhsuh.

=P

  Fagner Franco

7 de janeiro de 2008 às 14:43

Bela curiosidade...
(percebi seu alto interesse por musicais...cool)
Belo post.
Abraço!